9 de novembro de 2010

O campeonato brasileiro e suas estrelas


O futebol brasileiro ainda tem um longo caminho para percorrer e um grande potencial a ser explorado. Mas já podemos dizer que nesta primeira década do século 21, a evolução foi grande e já é possível perceber os resultados.
Em primeiro lugar podemos citar a mudança do campeonato Brasileiro para os pontos corridos. Em seu oitavo ano, o campeonato brasileiro demonstra que todos os anos em que não há um clube muito superior aos outros, as atenções ficam voltadas para todas as partes da tabela.
Com excesso de clubes grandes no Brasil, esse equilíbrio torna-se mais fácil do que em qualquer outro país do mundo. A disputa pelo título, as vagas para a Libertadores e a fuga do rebaixamento com conseqüente entrada na nova Sulamericana (após o direito do campeão ir para a Libertadores) tornam a disputa acirrada e interessante para a grande maioria dos clubes. Três vitórias seguidas podem fazer com que qualquer clube mude seus objetivos ao longo do campeonato e passe a sonhar com metas muito mais altas. E essa mudança constante e os altos e baixos tornam qualquer previsão muito difícil de concretizar. Essa é a vantagem do futebol.
A profissionalização dos clubes tem se tornado inevitável e essa corrida poderá definir os clubes que irão obter uma supremacia no curto e médio prazo. Basta verificar que desde o início dos pontos corridos é possível saber que as equipes mais estruturadas terão chances de título e não passarão sufoco em relação ao rebaixamento. São Paulo, Cruzeiro e Inter, talvez os três clubes mais profissionais do Brasil, entram no Brasileiro com o objetivo de conquistar o título e no mínimo, saem com a vaga na Libertadores. Já Flamengo, Fluminense e Atlético-MG entram com objetivo de vencer o campeonato, mas nunca sabem quando vão chegar à 30ª rodada lutando para não cair, caso do Fluminense no ano passado e de Flamengo e Atlético-MG nesse ano.
Mas se existe algo extremamente positivo em toda essa situação e que torna o campeonato muito mais atraente, é a quantidade de bons jogadores que hoje atuam no futebol brasilero. Graças ao aumento do faturamento dos clubes, hoje é quase todas as equipes puderam repatriar jogadores com nível de seleção e manter suas estrelas por mais tempo.
Se formos analisar a quantidade de atletas com capacidade para decidir uma partida, poderemos encontrá-los em cada um dos grandes times brasileiros:
  • Internacional: Andrézinho, Tinga, Juliano, D’Alessandro;
  • Gremio: Victor, Douglas e Jonas;
  • Corinthians: Elias, Ronaldo, Roberto Carlos;
  • Palmeiras: Marcos Assunção, Kleber,  e Valdivia;
  • São Paulo: Rogério Ceni, Ricardo Oliveira, Fernandão;
  • Santos: Neymar e Paulo Henrique Ganso;
  • Flamengo: Renato Abreu, Deivid e Petkovic;
  • Botafogo: Loco Abreu
  • Vasco: Carlos Alberto;
  • Fluminense: Conca, Deco e Fred;
  • Cruzeiro: Gilberto, Montillo;
  • Atlético MG: Diego Souza, Ricardinho e Diego Tardeli;
Essa grande quantidade de “estrelas” que hoje atuam no futebol nacional, despertam ainda mais o interesse dos apaixonados por seus clubes, e aumentam o faturamento com a venda de produtos e ingressos.
Nos resta saber apenas quais clubes conseguirão avançar rumo a profissionalização de seus principais departamentos, para que essas “estrelas” signifiquem investimentos com retorno garantido, ao invés de um grande rombo nos cofres a ser pago pelo próximo presidente. 
Fábio Donatelli, administrador de empresas, 29 anos, diretor da Playbox (www.grupoplaybox.com.br)

Um comentário:

  1. Fabio,

    Voce enfoca com muita propriedade a questão da profissionalização nos times grandes, porem, olhando as contas desses clubes fico com a impressão de que alguns deles sobreviverão na próxima decada se não aprenderem a explorar melhor o potencial economico de suas torcidas.

    Fernando

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