O futebol brasileiro ainda tem um longo caminho para
percorrer e um grande potencial a ser explorado. Mas já podemos dizer que nesta
primeira década do século 21, a evolução foi grande e já é possível perceber os
resultados.
Em primeiro lugar podemos citar a mudança do campeonato
Brasileiro para os pontos corridos. Em seu oitavo ano, o campeonato brasileiro
demonstra que todos os anos em que não há um clube muito superior aos outros,
as atenções ficam voltadas para todas as partes da tabela.
Com excesso de clubes grandes no Brasil, esse equilíbrio
torna-se mais fácil do que em qualquer outro país do mundo. A disputa pelo
título, as vagas para a Libertadores e a fuga do rebaixamento com conseqüente
entrada na nova Sulamericana (após o direito do campeão ir para a Libertadores)
tornam a disputa acirrada e interessante para a grande maioria dos clubes. Três
vitórias seguidas podem fazer com que qualquer clube mude seus objetivos ao
longo do campeonato e passe a sonhar com metas muito mais altas. E essa mudança
constante e os altos e baixos tornam qualquer previsão muito difícil de
concretizar. Essa é a vantagem do futebol.
A profissionalização dos clubes tem se tornado inevitável e
essa corrida poderá definir os clubes que irão obter uma supremacia no curto e
médio prazo. Basta verificar que desde o início dos pontos corridos é possível
saber que as equipes mais estruturadas terão chances de título e não passarão
sufoco em relação ao rebaixamento. São Paulo, Cruzeiro e Inter, talvez os três
clubes mais profissionais do Brasil, entram no Brasileiro com o objetivo de
conquistar o título e no mínimo, saem com a vaga na Libertadores. Já Flamengo,
Fluminense e Atlético-MG entram com objetivo de vencer o campeonato, mas nunca
sabem quando vão chegar à 30ª rodada lutando para não cair, caso do Fluminense
no ano passado e de Flamengo e Atlético-MG nesse ano.
Mas se existe algo extremamente positivo em toda essa
situação e que torna o campeonato muito mais atraente, é a quantidade de bons
jogadores que hoje atuam no futebol brasilero. Graças ao aumento do faturamento
dos clubes, hoje é quase todas as equipes puderam repatriar jogadores com nível
de seleção e manter suas estrelas por mais tempo.
Se formos analisar a quantidade de atletas com capacidade
para decidir uma partida, poderemos encontrá-los em cada um dos grandes times
brasileiros:
- Internacional: Andrézinho, Tinga, Juliano, D’Alessandro;
- Gremio: Victor, Douglas e Jonas;
- Corinthians: Elias, Ronaldo, Roberto Carlos;
- Palmeiras: Marcos Assunção, Kleber, e Valdivia;
- São Paulo: Rogério Ceni, Ricardo Oliveira, Fernandão;
- Santos: Neymar e Paulo Henrique Ganso;
- Flamengo: Renato Abreu, Deivid e Petkovic;
- Botafogo: Loco Abreu
- Vasco: Carlos Alberto;
- Fluminense: Conca, Deco e Fred;
- Cruzeiro: Gilberto, Montillo;
- Atlético MG: Diego Souza, Ricardinho e Diego Tardeli;
Essa grande quantidade de “estrelas”
que hoje atuam no futebol nacional, despertam ainda mais o interesse dos
apaixonados por seus clubes, e aumentam o faturamento com a venda de produtos e
ingressos.
Nos resta saber apenas quais clubes
conseguirão avançar rumo a profissionalização de seus principais departamentos,
para que essas “estrelas” signifiquem investimentos com retorno garantido, ao
invés de um grande rombo nos cofres a ser pago pelo próximo presidente.
Fábio Donatelli, administrador de empresas, 29 anos, diretor da Playbox (www.grupoplaybox.com.br)
Fabio,
ResponderExcluirVoce enfoca com muita propriedade a questão da profissionalização nos times grandes, porem, olhando as contas desses clubes fico com a impressão de que alguns deles sobreviverão na próxima decada se não aprenderem a explorar melhor o potencial economico de suas torcidas.
Fernando