19 de outubro de 2010

Richarlyson - Futebolisticamente Incorreto


Por Renas Dias, do Blog da Mesa

Richarlyson está no SPFC desde 2005.
É, juntamente com Bosco, o jogador mais antigo do clube, ficando atrás apenas do mito Rogério Ceni.
Nestes quase 6 anos de São Paulo, o jogador nunca foi unanimidade. Viveu excelente fase em 2007, quando editou boa dupla de volantes com Hernanes na campanha do título Brasileiro daquele ano.
Mesmo assim, sempre viu seu nome envolvido em notícias "polêmicas", sendo alvo de intensas discussões na torcida, a ponto de ser o único atleta a não ter o nome gritado pela maior organizada do Tricolor.
Muitos jogadores passaram pelo clube do Morumbi desde que Ricky está lá. Inúmeros volantes, laterais, meias e zagueiros.
O fato que chama a atenção é que, na maior parte deste tempo, Richarlyson sempre cavou seu lugar no time titular. Foi assim com Muricy, Ricardo Gomes, Baresi, e agora, no início da era Carpegiani.
Mas qual seria o segredo deste jogador para conseguir tal feito em um clube da grandeza do SPFC?
Para mim, Ricky tem o benefício do preconceito. Explico.
Num mundo onde impera o politicamente correto, não fica bem "perseguir" o camisa 20 por conta de sua condição, digamos, "diferente".
Sendo assim, ele pode jogar mal, ser expulso, dar chiliques e entrevistas constrangedoras, mas seu lugar no time estará sempre garantido. Seja na lateral, no meio, na zaga ou onde mais for possível.
Ah, mas ele não é o único jogador a ser expulso no SPFC! Realmente, mas a questão aqui não é ser ou não expulso, mas sim COMO ser expulso.
Em primeiro lugar, Ricky toma cartão amarelo em praticamente todos os jogos. E sempre por um dos 3 motivos a seguir: falta desnecessária, marcação estabanada, ou chilique.
Domingo, o primeiro cartão foi por chilique. Aí, logo no início do segundo tempo de um jogo duríssimo, o cidadão dá aquele carrinho estabanado contra um jogador que está na lateral, de costas para o campo. Falta desnecessária. E ainda sai de campo fazendo sinalzinho de "não" para o árbitro...
Muitos comentaristas, talvez infectados pelo tal vírus do politicamente correto de nossa sociedade atual, esforçam-se para encontrar os argumentos que justificam a condição de intocável de Ricky. Além da tal "polivalência", destacam uma suposta "importância tática" de Richarlyson na equipe São-paulina.
Ontem, assistindo ao VT do jogo (que o Sportv finalmente decidiu exibir), vi o respeitado Maurício Noriega fazendo esse tipo de comentário no início da transmissão. Mais tarde, li no blog do ex-sãopaulino Rica Perrone (aliás, existe ex-são-paulino?) toda uma explicação para as variações táticas que o atleta proporciona na equipe (apesar dele deixar claro que é contra a escalação do atleta).
Mesmo assim, o fato é que, no estádio, domingo, vi mais uma presepada de Richarlyson.
Mas o ponto principal  que gostaria de destacar é que parece ser proibido falar mal deste jogador, pois ninguém quer correr o risco de ser taxado de homofóbico. O que essa situação gera, no final, é uma espécie de Homoprotecionismo, com torcedores e jornalistas destacando a raça, a disposição e a "modernidade" do camisa 20, enquanto parecem fechar os olhos para o resultado prático de suas jogadas em campo.
Isso pode até ser Politicamente Correto, mas é Futebolisticamente Muito Errado. 
Além do mais, e já que este é um texto Politicamente Incorreto, sejamos verdadeiros. Ninguém quer um jogador com tais "trejeitos" em seu time. Essa hipocrisia de dizer que "o que importa é o que ele faz dentro de campo" tem seus limites. O comportamento fora das quatro linhas também é muito importante. Algumas coisas podem até ser toleradas, mas garanto que não são ignoradas pela torcida.

Ou você acha que os são-paulinos realmente não ficaram putos com essa matéria do Globo Esporte, sobre o novo visual  do Ricky? O que dizer destas cenas de Richarlyson cantando ? E esse chilique  histórico na Libertadores, nossa competição favorita?
Ou seja, se ele fosse um bom jogador, poder-se-ia até "aguentar" esse tipo de coisa, mas jamais ignorar ou fingir que não incomoda. Do mesmo jeito que o corintiano apenas "tolera", mas não é indiferente à história dos Travecos com o Ronaldo. É claro que a corintianada gostaria que não existisse essa história, mas eles conseguem relevar, por tudo o que o jogador representa. Mas o cara é o Ronaldo! Não o Ricky...

De todo modo, porém, parece que a opinião geral sobre o assunto está mudando. Vitor Birner já escreveu em seu blog  sobre isso, citando que JJ talvez seja o único a ainda defender o jogador. Sombra, do Estádio 97, tem reiterado que a paciência da torcida já acabou faz tempo.
Além disso, e o mais importante, o próprio Carpegiani deixou nas entrelinhas que a cadeira cativa do camisa 20 está ameaçada, após o clássico de domingo.
Agora é esperar pra ver se a decisão será Politicamente ou Futebolisticamente Correta...

2 comentários:

  1. Renas,

    Certas e espertas palavras... Chega de hipocrisia...o cara ja fez o que tinha que fazer no tricolor..agora vaza!

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  2. Já fez o que tinha que fazer e o que não tinha que fazer, que fique claro.

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